Gravidez nunca foi uma coisa fácil para mim. Tive a primeira interrompida aos cinco meses e Marina já nasceu anjo. Depois, Luisa nasceu de seis meses e pouco: um trocinho de 1.200 gramas. Sem leite para amamentá-la, apelei para doações das mais improváveis (até apelo em programa de rádio eu fiz) para alimentar essa tourinho, que hoje desfila garbosa entre nós. Laura nasceu de 9 meses mas chegou até lá graças a uma costura no colo do útero, que a impedia de nascer antes do tempo.
Nenhuma dessas dificuldades me fez lamentar ou me arrepender um segundo sequer da minha missão de ser mãe. E dou para as minhas filhas sempre o melhor de mim, mesmo que em muitos (e põe muitos) momentos, o meu melhor seja tão imperfeito.
Hoje, moças criadas, o que eu mais desejo é o óbvio: que elas sejam felizes com as escolhas que fizerem, nas aventuras que se jogarem, após tropeços que encontrarem pelo caminho. Elas saíram de mim mas a vida é delas e é com muito esforço que seguro meu instinto animal de querer protegê-las a todo instante das feras das ruas, dos morcegos, baratas, cigarras e até das borboletas.
Aprendi com a minha mãe que criar filhos (ela criou cinco) não é fardo, é gratidão. Sou grata pela mãe que ganhei e pelas filhas que eu gerei. Eu não sei quem eu seria hoje se Laura e Luisa não existissem na minha vida.
Foto: arquivo pessoal
Texto: para o Blog Tudo sobre minha mãe
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